terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Budapeste, Imre Nagy (1)



Fez há pouco cinquenta anos.
No centro da praça Vértanúk há uma estátua de bronze muito especial. Retrata Imre Nagy, o homem que liderou a revolução de 1956, brutalmente esmagada pelos tanques soviéticos. Nagy (1896-1958) foi o político - era primeiro-ministro – que espoletou a revolução e a chamada Guerra da Independência contra o opressor soviético. Entre 23 Outubro e 4 Novembro de 1956, Budapeste foi palco de um dos mais embaraçosos e sangrentos episódios da Guerra Fria. Nagy, apoiado pelo povo Húngaro e, pensava ele, pelo Ocidente, anunciou a saída da Hungria do Pacto de Varsóvia e exigiu a retirada das tropas soviéticas estacionadas no país.
A URSS, está quieto, não podia consentir tamanha afronta. Ao fim de duas semanas, os tanques soviéticos irromperam em Budapeste para esmagar impiedosamente a revolução e repor a «legalidade» – leia-se o sistema de partido comunista único, imposto em 1948. Milhares de pessoas foram executadas e cerca de 200 mil húngaros partiram para o exílio. O eufemismo utilizado para justificar a invasão – resposta ao pedido de auxílio de um país amigo – serviria igualmente para aniquilar, pela força dos tanques, a Primavera de Praga, 12 anos depois.

Barão de Lacerda

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Barão

E pensar que ainda há partidos comunistas estalinistas, não é?

Cumprimentos