A ESTREIA DO ANO

A esperada estreia da peça teatral "A MORGADINHA DOS FUTEBÓIS" foi anunciada hoje pela ministra da Cultura, com pompa e circunstâncias não atenuantes.

Depois de várias tentativas foi reunido um verdadeiro elenco de lixo, perdão de luxo, para uma peça tantas vezes adiada pelos mais variados motivos. Numa trama densa e complexa, terá o ansioso público a oportunidade única de ver contracenar alguns dos maiores intérpretes da cena nacional.
Nos principais papéis teremos os fabulosos, os míticos, os extraordinários, enfim como adjectivar tão sublimes actores? Teremos, nem mais nem ontem, Pinto da Costa e Valentim Loureiro, personificando o drama de dois irmãos a contas com a Justiça, acusados de tramóias, golpes e esquemas que não lembrariam sequer ao burro do Presépio, contracenando com a celebrada diva, a D. MªJosé Morgado que, por sua vez, fará o papel de "má", a mulher que depois de uma infância infeliz e de uma passagem pela PJ com saída pela esquerda baixa, tomou a seu cargo a difícil tarefa de perseguir todos os filhos da puta que andam a mangar com a populaça.

Conhecendo o texto, aliás de fino recorte literário, da ex mulher da vida Carolina Salgado, e a capacidade dramática dos artistas, estamos convencidos que será recorde de bilheteira, batendo grandes êxitos como "O Fax de Macau", com o Melancia, "Casa Pia" com o Carlos Cruz ou mesmo "O Colarinho Branco" com o saudoso Paulo Renato.
Por decidir está ainda se a companhia PGR, agora com o produtor Pinto Ribeiro ao leme, fará uma tournée nacional ou se a peça rodará entre o Rivoli - especial favor do presidente Rui Rio - e a Cadeia da Relação, duas das principais casas de espectáculos da honesta cidade do porto.

Não me cabendo um feijão no cu, tal é o contentamento, despeço-me com estima até que o Moliére os moa com as suas famosas pancadas
Tawny de Mattos