terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Budapeste, Parque das Estátuas (1)




Continuando. O espólio «artístico» da ditadura comunista jaz no Parque das Estátuas, a 15km do centro de Budapeste. Concebido pelo arquitecto Ákos Eleõd (em 1993), é um museu único, um espaço ao ar livre em forma de hexágono, cercado por uma vedação de arame com uma fachada de tijolo vermelho na entrada. A fachada não tem letras nem indicações e está ornamentada com duas figuras de bronze. Uma delas representa o velho Lenine, que faz as honras da casa. No interior do parque, dispostas em torno de seis círculos relvados, há uma trintena de estátuas [algumas gigantescas] e outros ícones dos amanhãs-que-cantam. No centro, uma enorme estrela vermelha completa o conjunto. Alguns destes mamarrachos impressionam, seja pela agressividade [como a representação de um soldado do Exército Vermelho, aparentemente furioso, empunhando a bandeira da foice e do martelo], seja pelo significado que encerram. O memorial à amizade húngaro-soviética [oh really? 1956!!!], um conjunto de bronze com 2,5m de altura assinado por Zsigmond Kisfaludy, é um monumento à hipocrisia e representa na perfeição o espírito da época.

Barão de Lacerda

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