sábado, 16 de dezembro de 2006

A: Amadeus, Amadeo, Ai meu Deus...(1)


Más e invejosas línguas andam para aí a badalar que no "Restaurador" é só gajas nuas. Para os que não apreciam devidamente o hercúleo trabalho de pesquisa levado a cabo pela rapaziada residente, aqui fica um bocado de erudição só para lhes entortar os olhos. Trocamos momentaneamente um espaço - e que faz falta para apreciar mais algumas maravilhas da Natureza... - por questões de cariz mais cultural. Ficamos pela letra "A", até porque não sabemos mais...

Amadeus ( Wolfgang Amadeus Mozart )
Nome completo: Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart. Porra, não admira que o gajo passasse a vida a mudar de nome. A criança teve a desdita de nascer no dia votado a São João Crisóstomo e daí o nome recebido á boca da pia baptismal. Wolfgangus foi buscá-lo ao avô materno, Theophilus ficou em honra do padrinho e Mozart era a alcunha do padeiro.
O gajo, não completamente tolo, irritava-se com isso do Theophilus ("Amigo de Deus" em Grego) e daí o Amadeus. Contudo, esta versão latina raramente a usou e como era um "snob" preferia a francesa Amadé ou Amadè, utilizando ainda as formas italiana Amadeo e alemã Gottlieb. Mas das linhas tortas faz Deus direitas e o sacana do austríaco acabou por ficar como Amadeus aqui e em toda a parte. A sua fama deve-a em parte aos bombons que os seus conterrâneos produzem e ao Milos Forman que o imortalizou em celulóide.

O leitor, decerto intrigado, pergunta-se como nos lembrámos do figurão e a resposta não pode ser mais simples:
Celebram-se os 250 anos do seu nascimento e não há alma que, mesmo que não grame as merdas do precoce Mozart, não venha agora falar da sua música com profundo conhecimento. Ele é isto, ele era aquilo, o gajo já aos 4 anos compunha e tocava cravo falhando a ferradura, aos 7 já se masturbava, que usava peruca, que era muita louco e por aí adiante... Evidentemente, não podemos ficar para trás nestas como noutras e cá fica a lembrança e merecida homenagem a um dos maiores compositores de sempre.

A talhe de foice ocorre que a malta que não distingue um compasso ternário de um candeeiro de pé alto, uma semi-colcheia de um autocarro de dois andares, que confunde uma sonata com um pastel de nata, uma sinfonia com um penico, um minuete com um... bom, com outra coisa qualquer, que pensa que Sherzo é um modelo da Toyota, que um bemol é uma marca de colchões ortopédicos ou que Adagio é um bar de putas, vem e debita opiniões, ou melhor, sentenças, não só sobre o desgraçado e a sua obra como ainda sobre os, que para comer uma bucha, tocam as porcarias que o gajo compôs. E lá vem a Mª João que é Pires, que toca assim e até assado mas que no Chopin é que é e que o raio e mais o Beethoven e que o Vitorino de Almeida, apesar de não tomar banho com regularidade, também é um grande compositor e pianista ( dá logo vontade de lhes pregar um tiro numa rótula!). E ninguém se lembra que nós até temos um dos melhores pianistas mundiais: o insuportável mas excelente Sequeira e Costa. Já agora, como prenda de Natal, seria bom que viessem os cêdêzitos com as suas gravações na Gulbenkian, mas esse 'tá lixado porque cagou para isto e porque só lhe ligam 7 ou 18 maluquinhos. Não estou a brincar, o gajo está, talvez, entre os 10 ou 12 melhores do Mundo!

É exagero? É vontade de dizer mal?
Pois sim, mas há um bom par de anos, o Exmo Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Pedro M. Santana Lopes, até inventou os concertos para violino de Chopin...
Em todo o caso, e provando que não estamos de má-fé, ajudamos a(s) criatura(s), recomendando a audição dos concertos para violino sim, mas do Amadeus, ou Mozart se preferirem. Talvez a gravação dos 3º e 5º com a Anne-Sophie Mutter, muito novinha mas dominando talentosamente o instrumento (...) com o Karajan a dirigir a Filarmónica de Berlim, ou, para lhe alimentar a mania, as óperas "Don Giovanni" ou a mais apropriada "O Rapto do Serralho"...

Um abraço para o Amadeus enquanto ouço o seu "Requiem" antes da deita
Tawny de Mattos

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