sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Metro no Terreiro do Paço


Parece que desta é que é! O desgraçado Terreiro do Paço vai ser devolvido ao povo em Dezembro! Só com 10 anos de atraso!!! Viva ele, vivam o Metropolitano de Lisboa e o Ministério das Obras Públicas, viva a CM de Lisboa e viva o Cais das Colunas, coitado!!!

O Dr. Aleixo Bogas, do Metropolitano de Lisboa, na palheta com o retrato do Fernando Pessoa ali no Martinho da Arcada, garantiu que desta é que aquela merda fica pronta. Pessoa, inquieto por natureza, terá respondido entre dentes um "Foda-se ó Bogas. Vai à merda!" para depois inquirir o vogal da empresa em tom mais cordato:
- Ó pá, aquilo de fazer a estação e o troço e o raio que vos parta ali não correu bem, parece. Era para estar tudo pronto em 1997 e custar 66 milhões de € (verba já na moeda nova para evitar trapalhadas com o Tribunal de Contas) e dizes que é em Dezembro e que os custos vão parar aos 299 milhões? Devo ficar contente, não? Foda-se pá, já tenho as pernas dormentes de estar aqui sentado á espera. Aliás aquele taberneiro do Mário Lino, o que ainda é ministro da tutela, também garantiu que esta gaita ficava pronta em Junho de 2006 e é o que se sabe. Mas desse não se pode esperar muito...

Bogas, incomodado com a dura memória do poeta, chamou o Engº Mineiro Alves para explicar toda a paródia e, assim, aqui fica parte do relato conforme ouvido por Barata Ferreira, criado de mesa do centenário café.

- Meu caro, exigências no cumprimento de prazos e contas certas não fazem qualquer sentido. O Metropolitano lava as mãos em toda a água do Tejo que nos entope os túneis, quer ver? O 1º projecto para se construir um "metro" em Lisboa, do engenheiro militar Lima e Cunha apareceu em 1888 e nada resultou. Em 1924 entraram dois projectos na Câmara Municipal e, bonc!, gaveta. Sabe quando é que o Metro foi inaugurado? Não? Pois eu digo-lhe: em 59, ouviu? em 59! E está você com pressas... É mesmo á portuguesa... Exigem mundos e fundos, alguns europeus, sem sequer saber do que se trata. Mas olhe, eu sou um gajo porreiro e dou-lhe uma explicação mais técnica desta odisseia. Sabe o que aconteceu, finalmente? Metemos aqui uma máquina a esburacar esta jana toda que era ao mesmo tempo tuneladora! Não se espanta? Será por estar morto? Bom, o raio da máquina tinha nome, Tunnel Boring Machine e daí o atraso de 10 anitos. O Jorge Coelho, um que vinha de Macau com a escola toda menos a frequência em Inglês e que foi ministro, olhe, foi ao tempo das tramóias da venda da TAP aos da Swiss Air e da ponte de Entre-os-Rios, bom, esse tipo com a sua habitual prosápia, traduziu literalmente o nome da escavadora e esta, já se vê, aborreceu-se e engatou isto tudo. Junte isto ás Tágides de mamas ao léu a distraír os pretos que andavam na obra amais as tangas do Sá Fernandes e está a barraca montada.

Pessoa, imerso nos seus pensamentos e nas naus a haver, enrolou mais um cigarrito, aviou um shot de absinto marca Âncora e, enfastiado, mandou-os foder.

Num teste ás modernas carruagens do Metro de Lisboa, ainda sobra fôlego para um abraço
Padre Américo

3 comentários:

Anónimo disse...

E falta agora apurar se, com a falta de água fluvial a embeber o pinho verde das fundações, não irá a baixa pombalina colapsar qual baralho de cartas. Já agora...

Anónimo disse...

è uma vergonha, realmente: 10 ANOS de atraso e nenhum responsável! Merda de país este em que ninguém é chamado a prestar contas. Há dias estava um turista holandês a dizer que não percebia como é que uma praça como o Terreiro do Paço podia estar naquele estado, toda porca e cheia de andaimes por todo o lado. O homem estava todo fodido porque queria tirar fotografias e apanhava andaimes e porcaria por todo o lado

Anónimo disse...

Padre Américo

É preciso que saiba que o Jorge Coelho não regressou de Macau só com a escola toda. Veio com tantos, tantos milhões (alguns ainda na Suiça em juros) que têm dado para o coelhone dirigir a máquina do partido como lhe apetece e com quem lhe apetece. Na China houve o bando dos 4. Em Macau foi o Bando dos 7, Coelho, Alberto Costa, Melancia, Monjardino, Vitorino, Vitalino Canas e Murteira Nabo, com o mafioso Neto Valente a levar a pasta.