terça-feira, 17 de janeiro de 2006

O Passeio do Alegre


O dr. Alegre veste bem e tem uma bela voz de barítono mas não me parece que seja suficiente. O discurso dele, tirado do «discolus rachatum» de Sófocles, é moderno e jovial como os hóspedes do Reid’s: exercício de cidadania; ética republicana; não há donos de partidos nem da República; falo do dr. Cunhal sempre que me apetecer; vou onde quiser. Só faltam uns pozinhos de Ary e Zeca para convencer a faixa dos 18/24.
Bom. O Roger Daltrey também gritou muitas vezes «I’m freeeeeeee» e não foi eleito – lá está. A fadista cantou até a voz lhe doer e morreu rouca – claro. O Argel deu um pontapé no computador e descontaram-no ordenado – ora.
Ademais, não me esquece que o dr. Alegre estreitou o Paulinho Pedroso [um abraço de cidadania muuuuito precipitado, sussurra-me a abelhinha Gaia], quando a execrável criatura voltou do Tarrafal e penetrou a Assembleia.
Tsss, tssss. As coisas que eu me lembro.

Camillo Alves

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