Trevas em Marrakech (7)
O líder da comunidade muçulmana na Austrália, Taj el-Din al-Hilali, vive na Idade das Trevas. O problema seria apenas dele se não tivesse insultado publicamente todas as Mulheres. E fê-lo no país civilizado que lhe dá guarida e que o devia escorraçar como cão tinhoso que mostrou ser.
«Se alguém pegar num pedaço de carne descoberta e o deixar na rua, no jardim, ou no parque, e os gatos vierem e comerem… de quem é a culpa, dos gatos ou da carne descoberta?", declarou o cretino.
«O problema é a carne descoberta. Se ela [a mulher] estivesse na sua sala, na sua casa, no seu hijab, não teria acontecido nada» [o hijab é essa farpela sinistra que cobre as Mulheres islâmicas da cabeça aos pés. Aqui, em Marrakech, ainda se vêm muitas assim; mando uma foto feita hoje para exemplificar].
Que diz, portanto, este Taj el-Din al-Hilali? Que o assédio sexual e os crimes que lhe andam associados são, em última análise, provocados pelas próprias vítimas, as Mulheres! que e quando:
a) não vestem hijab b) saem à rua c) de carne descoberta d) em vez de se trancarem em casa.
As perdidas.
Os australianos, claro, zurziram este poltrão. Que ainda tentou, tarde e a desoras, fazer marcha-à-ré. Assim: «Peço desculpa sem reservas a qualquer mulher que se sinta ofendida pelos meus comentários. Quis apenas proteger a honra delas (...) na sociedade australiana [as mulheres] têm a liberdade o direito de se vestirem como quiserem (...) Quer um homem aprove ou não a forma particular de uma mulher se vestir, qualquer forma de assédio é inaceitável», disse ele.
Bom. Deixem-me dizer que o barão já viu Islão suficiente – da vizinha Marrocos à longínqua Indonésia – para saber que há milhões a pensar e a agir como al-Hilali e que há um vasto Islão sinónimo de miséria, pobreza, ignorância, prepotência e fanatismo; apesar desta evidência, acreditem que não me passa pela cabeça insultar a fé e os costumes islâmicos.
Em Roma não tens de ser Romano, mas convém que não lhe mostres aversão enquanto lá estiveres. Como dizia ontem um amigo sueco, a propósito de viajar, com civismo, tolerância e alguma «sagesse» vai-se e está-se em todo o lado.
Por que razão, então, teremos nós, habitantes de um país civilizado [somos todos australianos] de tolerar aberrações produzidas em nossa casa por um estuporado de um cabresto saído da Idade das Trevas?
As Mulheres de Marrakech, regra geral, são altas e esguias. Há Mulheres bonitas e outras que adivinhamos bonitas sob a mortalha. Algumas cobrem-se por opção. Outras, por imposição.
Por mim, a mais oprimida e amordaçada delas todas será sempre infinitamente mais digna de respeito do que qualquer bácoro barbudo incapaz de respeitar a Mulher que lhe deu vida. O filho da Mãe.
Barão de Lacerda, ainda em Marrakech
5 comentários:
BRAVOOOOOOOOOOOOOO!!!!
Os meus aplausos e sinceros parabéns. Como leitora e como Mulher
Caro Barão de Lacerda,
Subscrevo o nome de cada uma das preversas criaturas que aponta, mas sugiro uma maior introspecção ao assunto... como? bem, dentro do estilo ditador, fascista temos agora uma vertente bastante contemporânea e nacional, chamo aos membros dessa nova vertente de ditadores-plagiantes e ditadores-encapuçados-protectores-de-plagiadores.
Eu sei que ética e moralmente uma coisa não se equipára à outra, mas convenhamos que estas pessoas têm tanta responsabilidade na formação de mentalidades, como qualquer ditador, líder extremista ou coisa que o valha.
Por esta e outras razões, dentro do devido contexto - e provavelmente com uma paulada à espreita - gostava de adicionar o Dr. Sousa Tavares (com o seu Mein Kamp) e a nossa fabulosa e singular imprensa.
Que se danem todos os monstros e os seus pseudo-idealismos.
Cof-Cof... o comentário inserido anteriormente foi misplaced (pertence obviamente ao post "A Corda"), não tenho uma vida longa, nem olhos cansados, mas já vou comentendo umas disléxias "geográficas" aqui e ali... perdoem-me a gaffe!
O Barão falou e disse aquilo que muitos de nós gostaríamos de dizer. Esse tal «líder» muçulmano deveria ser largado sobre um dos mais de cem icebergues que andam à deriva lá p'los laos da Austrália. Talvez arrefecesse as ideias.
Ele que venha pregar aqui pró nosso Alentejo que logo vê o que lhe sucede.
Escreveu admiravelmente, focou a essência...
No entanto, belas palavras sobre mulheres têm sempre correspondência aos actos? Não.
Desprezo os homens que desancam grosso nas mulheres. Não valem a ponta de um..., hmm, ramo; estão abaixo de lama. Os que me atingem são aqueles que nas aparências são impecáveis, modernaços e eloquentes a defender "direitos iguais", blá, blá e quando dou conta, em situações triviais, básicas mesmo, descambam com atitudes de puro egoísmo masculino. Afinal não passavam de machistas dissimulados...
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