Animais de Marrakech (3)
O La Mamounia está fechado para obras. Vi passarada a esvoaçar pelos jardins, para lá dos muros. Diz que o grande Hitchcock lhes lançava os restos do pequeno almoço e observava, divertido, a ferocidade com que eles disputavam as migalhas. Daí terá nascido a ideia da fita. Um dia alguém dirá que o passarão plagiou os passarocos.
No terraço do Café de France, à Jemaa El Fna, de manhã, reparei como um turista distraído, talvez americano, se abeirou demasiado de uma naja (ou cobra capelo, ou de de lunetas, enfim). O bicho, que já se havia soerguido conforme os cânones, arremeteu-se à calça do sujeito (zás!) e voltou à posição «en garde» (primeira forma!) com fulminante rapidez. Não estivesse o réptil despojado do veneno e o pobre homem nem se teria apercebido da marosca.
Nenhum ser humano, por muito reptilineo, pode igualar a rapidez de uma serpente acossada.
Barão de Lacerda
3 comentários:
Bah! que interessa a rapidez?
Na profundidade as mordidelas dos humanos ultrapassam as das cobras...
Parece que a Clarinha Pinto Correia escreveu um artigo a solidarizar-se com o MST.
Donde terá ela "traduzido" a coisa? - diz o roto ao nu...
Caro Barão: reptilineos é o que não falta por aqui. Continue a divertir-se em Marraqueche. Como o percebo. Já agora: em que zona do Alentejo vive ?!?
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