O Choque Indesejado
Com a devida vénia, aqui se reproduz parte do brilhante editorial de José Manuel Fernandes no «Público» de hoje.
Sob o título «O choque indesejado – Não vale a pena disfarçar: há uma parte do mundo islâmico que alimenta uma guerra de civilizações»», escreve J.M.F:
«(...) Este episódio, ao envolver em primeiro lugar dois dos países que mais têm feito pelo mundo islâmico e mais recursos têm canalizado para os países árabes em particular [Dinamarca e Reino Unido], teve a virtude de nos mostrar esta realidade porventura menos agradável do que certos mitos que gostamos de alimentar. Quando se queimam bandeiras dinamarquesas nas ruas de Gaza ou de Beirute não é por causa da maldade de Israel ou dos pecados do «Grande Satã» americano: é porque nessas ruas o que não se aceita é que a liberdade de expressão implica, como explicaram os grandes pensadores liberais desde o iluminismo, que por vezes temos de suportar ofensas. De tolerar, se preferirmos. A única coisa que não pode ser tolerada é a limitação da própria liberdade, é a destruição dos seus fundamentos.
Ora, e este é o segundo ponto que suscita verdadeira inquietação, é que muitos governos (incluindo o do Reino Unido e o dos Estados Unidos) não reagiram como deviam ter reagido. Hesitaram. Deram uma no cravo, outra na ferradura. Não deixaram de defender o principio da liberdade de imprensa, mas foram menos claros, por exemplo, do que o governo alemão, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Wolfgang Schauble, devolveu a pergunta: «Porque motivo devia o governo alemão pedir desculpa se o que aconteceu foi apenas uma manifestação da liberdade de expressão?». Exactamente: o governo alemão não pode limitar a liberdade de imprensa e não pode pedir desculpa pelas escolhas deste ou daquele editor de um jornal ou de um cartoonista. Se estes entenderem que se excederam (e excederam-se, na minha perspectiva) podem pedir desculpa, mas tal é uma escolha apenas sua, não de nenhuma autoridade.
Num momento tão delicado há lições que não devem ser esquecidas. Uma delas é a de que se respeita quem mostra ser forte, quem demonstra ser fiel às suas convicções, enquanto se abusa dos que vergam a espinha e, à primeira tentativa, trocam o essencial por uma vã tentativa de apaziguamento. Ora o apaziguamento de fanáticos nunca resultou, antes lhes deu espaço e criou a ilusão de que a força e a razão estava do seu lado. Sabemos quantas tragédias começaram assim».
Lapidar!
Camillo Alves
10 comentários:
Deuschtland ueber alles!
Caro Camillo Alves devia, antes, ter lido Vasco Pulido Valente no mesmo jornal, mas no domingo, dia 05/02. Era mais inteligente...
O Vasco tá sempre bebido, desconfio dele
Sim, mas o Fernandes toma nas nalgas e favorece a mulher no jornal, por isso antes o Vasco que vai aos copos e aos cornos à Constança Cunha & Sá.
Esse Fernandes também é um bom merdas. Pior cinzento só o chupista do DN, o António Zé Teixeira. Esse é que é mesmo mau! Mas que os maometanos mostrem a esses baldes de caca semi-intelectual que isso da boa vontade da esquerda-caviar nem sempre funciona.
Islam forever!!!
Grande texto de José Manuel Fernandes. Tomara algum director de outro jornal conseguir assinar um editorial assim. O JMF mostra conhecimento dos assuntos, bagagem cultural, lucidez e vê-se que procura ser imparcial. Indiquem-me outro assim...
PS -- Sr. anonymus 1: não é com insultos. Ademais, o sr. também toma nas nalgas não é verdade?
Concordo com o leitor do Publico. O texto é equilibrado, razoável e imparcial. E vai ao cerne da questão: a cobardia da Europa civilizada em face da barbárie islâmica. Basta. É altura de chamar os bois pelos nomes: a Europa não pode tolerar ameaças e agressões de quem faz tábua rasa dos direitos mais básicos e elementares. Há dois Islãos e a Europa só tem de dialogar com um. Ao outro tem de dar a resposta adequada: quem com ferro mata com ferro morre. Só assim os europeus se poderão fazer respeitar: de pé e não de cócoras.
Concordo com a Catarina. Tem razão, não desista. Faça-se ouvir.
Completamente de acordo com a Catarina.
E concordo com o Pedro, que
concorda com a michelle que
concorda com a catarina que
concorda com o leitor
que concorda com jmfernandes
que concorda com o publico que
concorda connosco que
somos publico
e opinião publica.
eu concordo com o concordo
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