terça-feira, 31 de outubro de 2006

Animais de Marrakech (3)



O La Mamounia está fechado para obras. Vi passarada a esvoaçar pelos jardins, para lá dos muros. Diz que o grande Hitchcock lhes lançava os restos do pequeno almoço e observava, divertido, a ferocidade com que eles disputavam as migalhas. Daí terá nascido a ideia da fita. Um dia alguém dirá que o passarão plagiou os passarocos.

No terraço do Café de France, à Jemaa El Fna, de manhã, reparei como um turista distraído, talvez americano, se abeirou demasiado de uma naja (ou cobra capelo, ou de de lunetas, enfim). O bicho, que já se havia soerguido conforme os cânones, arremeteu-se à calça do sujeito (zás!) e voltou à posição «en garde» (primeira forma!) com fulminante rapidez. Não estivesse o réptil despojado do veneno e o pobre homem nem se teria apercebido da marosca.

Nenhum ser humano, por muito reptilineo, pode igualar a rapidez de uma serpente acossada.

Barão de Lacerda

Cartas de Marrakech (2)




Voltei ao «novo» freedomtocopy, o tal que por artes desconhecidas se substituiu ao original. Ora, ora. Continua uma maçada. Mas lá aparece um intróito pomposo de onde escorre uma tentativa de explicação para a suspeitíssima sobreposição.

Quer o sujeito de falinhas mansas convencer-nos que um dia Jekyll, no dia seguinte Hyde, por obra do acaso. Então o blogue original desapareceu nalgum buraco negro?, tragado por quem, a que propósito varrido?

Naaaaaa. Aqui há gato. Quem quiser que enfie o barrete [ainda hoje fotografei alguns na praça defronte ao Café des Épices]. Por muito longe que este velho barão esteja de dominar as virtualidades da rede [tenho muito mais que fazer, aliás] não me parece nada normal o que aconteceu ao blogue original, assim como anormal me parece o perfil do habilidoso que se apropriou de freedomtocopyfreedomtocopy e logo tratou de grasnar, absolutamente a despropósito, uns disparates tenebrosos destinados a emporcalhar a memória do Senhor General Humberto Delgado.

Que o malandrim que assina Luis Tubarão Rainha nunca tenha a infelicidade de se cruzar com algum descendente mais afoito do General dito «sem medo». Eu saberia o que havia de dizer e fazer a este ursulão, cobardola ursulão, cobardolíssimo ursulão! que se aproveita do conveniente anonimato para caluniar a memória de gente que já não está cá para se defender.

Mas este é o preço a pagar pela Liberdade de expressão. Paguemo-lo, pois, embora afagando distraídamente o pingalim.


Barão de Lacerda

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Notas de Marrakech (1)




Cirandando pelos becos e vielas de Marrakech, toma este velho barão conhecimento de que o blogue freedomtocopy desapareceu misteriosamente, tendo surgido no seu lugar, oh ironia!, um blogue-panfleto dedicado ao Equador e seu escritor, Sousa Tavares. Coisa de origem incerta mas com alguma remissão para o departamento de agitação e propaganda da Oficina do Livro.

Mas que grande vilania! Não se faz! Ainda estou para perceber como se rapa da blogosfera um blogue com aquele tamanho (pressinto que deve ter causado fartos incómodos), e já me chegam notícias de novo milagre, o da multiplicação. Terei de ver.

Fui lá, ao original, e logo me vi transferido para um panegírico ao escritor e à noticia do prémio que lhe foi concedido pela República Italiana. Muito estimável, parabéns ao Miguel. Mas o que verdadeiramente me reteve a atenção foi mais uma observação certeira do estimável Senhor que assina Locomotiva na zona dos comentários. Que não, que isto dos prémios tem a a sua relatividade. Também me parece que sim, não desfazendo na justiça da mordomia. Ocorre-me que o vetusto Manoel de Oliveira foi agraciado, em Locarno?, em Berlim?, em Split? (who knows?), com uma ou duas «Salamandras de Prata» e outras tantas «Espigas de Oiro» e não foi por isso os seus filmes passaram a atrair espectadores. Quer dizer, mais do que os costumeiros.

Também me ocorre que os 5 mil membros votantes da Academia de Hollywood desdenharam por sete vezes um gigante como Peter O’Toole e premiaram em duas ocasiões (desfazendo a possibilidade de equívoco, portanto) o histerismo barato e convencional de Mrs. Sally Field.

E de relatividade em relatividade, volto para os «souks» acompanhado da única certeza que sempre me acompanha em Marrakech: a possibilidade de me perder.
Last but not the least, agradeço o amável convite aos velhos amigos de infância e mister que usam debitar pilhérias neste blogue.

Estimações do Barão de Lacerda

sábado, 28 de outubro de 2006

Gandas Tugas - mais afinado(2)


Por problemas técnicos a que não somos alheios, a lista dos nomeados continha algumas imprecisões(ver post anterior). É como nas primeiras edições dos romances históricos e isto de escrever á noite também tem que se lhe diga... Mas enfim, assumimos a plena responsabilidade e agradecemos penhorados a amabilidade do leitor Castro da Cola e não o ameaçamos com coisa nenhuma. Pedimos ainda desculpa pelo grave lapso ao bestial Rui Santos, pois é ele o 12º nomeado. Como modesta compensação, ajuntamos á rectificação a foto possível. Ah, a 16ªnomeação é mesmo a dobrar (como os juros do Caldeira).
Cá vai então a coisa mais afinada:

1. Valentim Loureiro 2. JN Pinto da Costa
3. Luis Filipe Vieira 4. Fátima Felgueiras
5. Quim Barreiros e o pequenito Samuel
6. Avelino Ferreira Torres 7. Tozé Martinho
8. Marco ( do Big Brother ) 9. Herman José ( o Big Brother)
10. Odete Santos 11. Gabriel Alves
12. Rui Santos 13. Licor Beirão 14. Judite de Sousa
15. Carlos Cunha e Marina Mota
16. Margarina Vaqueiro e Morangos com Açucar
16. Pedro Caldeira 17. Carlos Cruz
18. José Eduardo Moniz e Manela Boca Guedes
19. Floribella e Roberto Leal
20.**

Gandas Tugas - O Concurso!

O Zé E. Menir, sempre atento, não se deixa ficar e, em astuciosa jogada de antecipação ao miserável "Grandes Portugueses" da RTP1, lança o concurso "Gandas Tugas" no canal TVLI (Televisão Lixo do Intendente). Tentámos contactar a reformada e olheirenta Maria Elisa no asilo da TV do Estado mas ninguém sabia dela. Devia estar a trabalhar...
O Menir, ratola, para evitar acusações de plágio, mudou um bocadinho o esquema do concurso original. Assim, são incluídas as variantes de pares (mistos ou não) e grupos sócio-profissionais e 'tá a andar.
Os critérios apertados prendem-se com boçalidade, esperteza saloia, tosse e rouquidão, brutalidade, foleirice, fuga ao Fisco e á Justiça, bigode(masc./fem.), venalidade, truques vários, construção civil, ameaças, vigarice, falta de humor, injúrias, maus instintos, mania da superioridade e, determinante, a capacidade genérica de ofender tudo e todos.

A lista é extensa e não inclui nomes como D. João II, Marquês de Pombal ou Oliveira Salazar. Enfim, a censura stalinista e do amiguismo está instalada e não há volta a dar.
Em todo o caso, até para não sermos acusados de discriminar o canil televisivo, aqui fica a lista* reduzida:

1. Valentim Loureiro 2. JN Pinto da Costa
3. Luis Filipe Vieira 4. Fátima Felgueiras
5. Quim Barreiros e o pequenito Samuel
6. Avelino Ferreira Torres 7. Tozé Martinho
8. Marco ( do Big Brother ) 9. Herman José ( o Big Brother)
10. Odete Santos 11. Gabriel Alves
13. Licor Beirão 14. Judite de Sousa
15. Carlos Cunha e Marina Mota
16. Margarina Vaqueiro e Morangos com Açucar
16. Pedro Caldeira 17. Carlos Cruz
18. José Eduardo Moniz e Manela Boca Guedes
19. Floribella e Roberto Leal
20.**

* Esta é uma pequena parte da lista e nós, aqui do "Restaurador", protestamos por não sermos distinguidos com a mais que merecida nomeação.
** Esta nomeação é secreta não vá o nomeado vir por aí abaixo e mandar a malta toda bardamerda

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Um auto danado...

Aqui há uns anos, durante a digressão mundial "Fado Alexandrino", depois de actuar no Olympia de Paris, não o dos filmes de cambalhota ali aos Restauradores, fui cear á "Lipp" e tive a sorte de, enquanto roía umas salsichas de Estrasburgo, estar a dar na ORTF o Tóino Lobo Antunes.
Eu, que já tinha lido uma coisa ou outra dele, nomeadamente o livro ao qual pedi emprestado o nome do espectáculo que era, por sua vez, dum faduncho conhecido ( há versões do "Alexandrino" do exímio guitarrista Armandinho, do Ti Alfredo ou a versão "do Noquinhas" do também guitarrista Fernando Freitas, pai do "Very Nice" Girão - aquela máquina...). Bom, certo é que fiquei ali preso ao televisor amais uns franciús que queriam á força nacionalizar o homem, tal a inteligência do que ia dizendo. Até parecia uma naifa de algum mânfio do Bairro Alto, de afiado que é!
"Ficam a saber, ó caraças, que dentro de "As Naus" não há só porteiras e torneiros-mecânicos, seus sacanas", afinfei-lhes eu, cheio de orgulho. No baú da memória elefantina, relembro que pela mesma época em Portugal até se dizia um bocado mal do gajo, não que plagiasse mas que assim e que assado.

Há pouco na RTP1, e tantos livros passados, lá estava ele de novo e finalmente. E nem a Judite atrapalhou a entrevista!
O Antunes, velho lobo das letras, contido e com grande classe, deixou algumas margaritas ante porcos (atenção que é Latim!). Das verdadeiras, não de cultura, quer dizer, de aviário, porque de Cultura eram. Já uns dias antes o Tóino tinha dado uma boa cartuchada numa sumária explicação á passarada que vem melhor que a encomenda:

"Não há livro que se publique em Portugal que não seja um grande romance. São todos grande romances - na contracapa. O pior é o que está lá dentro."

Um abraço castiço e um pontapé no cú dos Judas que para aí andam
Tawnny de Mattos

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

No Rabochy um descanso!

O Jé Milhazes ligou agora mezmo a dar conta que um jornal rucho de grande chirculação, o Chelyabinsky Rabochy, notichiou que Putin, ao ler o 24 Horas, afinou com a brincadeira do Miguel Sousa Tavares mandar a malta bardamerda e ameachar a mesma malta com umas pauladas e que, á laia de Luis F. Vieira, foi garantindo que com a Mãe Rúchia ninguém brinca.



Segundo o Rabochy, o presidente russo mandou um fax ao afável Kim Jung-Il a perguntar se, caso pudesse e entendesse, ensaiaria pelo menos meia bomba nuclear na Oficina do Livro, a editora de "Equador".
Para não pensarem que estou a delirar ou que não percebi o que está escarrapachado na edição on-line do Rabochy, aqui fica a pergunta no original: Как часто Вы читаете газеты?
A resposta de Pyongyang não se fez esperar e foi mais ou menos esta:
"Tovarich Vlady, o Quim está a banhos lá prás bandas de Cancun mas não deve demorar. Fique descansado que logo que voltar damos o recado. Os cumprimentos de todo o Comité Central"

Ora, estou em crer que alguma coisa foi "Lost In Translation" como diria a Coppola, e que Vladimir Putin não percebeu que a linguagem grosseira e as ameaças fazem parte do espectáculo, servindo como "muleta" aos actores que se atrapalham ou se esquecem da "fala". Portanto, é só palheta. Ao mesmo tempo, o presidente estava a ler uma coisa antiga qualquer do Lapierre e do Collins e, olhem, também se baralhou. Agora, meus amigos, é uma gaita.

Ao menos no Rabochy é um descanso: sabe-se tudo...

Ex toto corde
O Preto da Casa Africana

terça-feira, 24 de outubro de 2006

MST nega envolvimento no Equador


O MST, o verdadeiro, o dos Sem Terra, nega qualquer envolvimento no que se passa no Equador. Mónica dos Santos Cintra, da direcção do movimento pede que seja divulgada a sua posição. Aqui fica o protesto, na sua versão original, sem que os editores ou tradutores possam ser responsabilizados por erros, ortográficos ou outros e, muito menos acusados de plágio.

" Nóis, os sem terra, deserdados e descamisados, vimos lutando por um futuro mais digno pra nossos filhos e ficamos chócados com as notícia dos jórnais de Pórtugau sobre a utilização da nossa sigla (MST) no Equadô pra fins que consideramos indignos numa démócracia.
O MST quer deixar craro qui o governo do Equador, qui qué cálar a vérdade, seja no tribunau, na bardamerda ou na paulada tem a ver c'a gente não. Queremos não que emporcalhem nosso nome com as coisas que vão aprontando! Soimos gente de paiz, não de pouca-vergonhice. O próprio Odorico Paraguaçu que é marajá no Assentamento de São Tomé de Curitiba-Mirim, nos reconhece como "pobres mas honrados", viu?
O MST pode não ter o qui dar prá comer prós nossos filhos mas vai na pilhagem não e, dépois prá si disculpá, sai na pórrada não, como muito "boa" gente por esse mundo áfora. Áliás, uma das coisas que o Movimento mais si orgulha é di cólocar os guris numa escola pra serem gente legáu como os filhos dos ricos ( na foto s/ autor, a escola do Acampamento do Pontal de Paranapanema). Não si pode compará aos bons colégios como os que existem em Pórtugau, onde as crianças nos seus primeiros anos de escola fascista , até tinham Ditado e Cópia.
Cês topam, né?

Saudações revolucionárias
Movimento dos Trabalhadore Rurais Sem Eira Nem Beira /MST

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

MST entra para um convento (3)


Saciada a gula, outro dos 7 pecados mortais, impunha-se saber em que raio de convento decidira o MST refugiar-se. E digo refugiar-se da calúnia e de outros males deste mundo.

Para evitar especulações, telefonei ao Pe. Bello, acólito do agora já Vosso conhecido Abade de Priscos, que foi adiantando que, apesar de não haver certezas, lhe parecia que a ordem indicada seria a dos Beneditinos de Alfornelos, a.k.a. Dragões do Morcódromo, já que o rapazola mostrava grande inclinação pelas Letras e teria mesmo profetizado aos seus próprios botões que iria modernizar a fórmula monacal e também porque as Carmelitas Descalças não seria a ordem religiosa mais adequada neste momento.
Bello, jesuiticamente, percebeu a minha mudez de espanto por tal possibilidade. Seria levar o Simplex do Costa até ao convento?
- Não, não, caro colega -desdenhou Bello da minha infinita ignorância. O noviço Michael quer vir a ser um copista...
- O quê? Então quer retirar-se para se enfiar nos copos? Nem parece dele... - estranhei eu.
- Não, não... - emendou, enfastiado, o Bello. Frade copista, de cópia. O noviço, depois de ver a cópia grosseira que fizeram do seu (enfim...) "Trópico de Capricórnio" quer enobrecer, melhorando, a antiga arte e já pensou até que em vez de iluminuras pode vir a utilizar fotografias (que passariam a ser de autor desconhecido) para ilustrar as futuras obras. Veja lá, se não é de força, o nosso menino... Olhe que até já tem nome para a nova técnica: Chama-se "Copy/Paste"...

Reforço a minha célebre tirada "Não há rapazes maus", terminando com um abraço e uma citação apócrifa,
... Dasse!!!
Padre Américo

MST entra para um convento (2)

Conhecendo o grande teólogo que é o Abade de Priscos, e respeitando a hierarquia, resolvi espreitar o tal blogue que, na sua infinita sabedoria, o meu superior me recomendara.

Todo o céu enegreceu!!!

Pois não que é que levado por esse outro pecado mortal que é a inveja, um qualquer sacrílego se atreveu a afirmar Net et Orbi que MST (Michael Sopa Tavares) cometera plágio!!!
Ó Horror! Ó Satanás! Ó Caraças! Pode lá ser! Esse cão impuro arderá para todo o sempre na fogueira infernal que será alimentada por essa obra canalha, vil e mesquinha do Lapierre e do outro, o sacana do Collins!

Depois de também a mim a ira me ter invadido, vou ali á missa e tomar uma bica como expiação dos pecados

Em todo o caso, e o MST, é mais uma prova viva disso mesmo, não há rapazes maus... só diligentes
Pedindo o perdão divino pelo excesso não contido
Padre Américo

MST entra para um convento (1)


Esta ouvia-a ao Abade de Priscos e é fresquinha. O MST (Michael Sopa Tavares) vai entrar para um convento!!!
O Priscos, pessoa de muito respeito, segredava entre o seu proverbial descafeínado e uma gulosa fatia do conventual doce que leva o seu cargo e nome que o Michael ia entrar para uma ordem religiosa. Dizia ele:

- O nosso Michael? Sempre o conheci temente a Deus mas um bocadinho estouvado. Aliás, enfermava de um recorrente pecadilho que o levava á perdição... O rapaz julgava-se o único pilar da Moral e o último guardião da Justiça. Ora, isso, a soberba, mais um bocadinho, coisa pouca, de orgulho ajuntando-se á sua habitual ira contra o Mundo não lhe garantia entrada no Reino dos Céus. Mas, com muita oração, reflexão e humildade esses pequenos desvios têem sido corrigidos, demos graças ao Divino Espírito Santo, e o Michael é cada vez mais um exemplo a seguir. Que o Inferno me engula se exagero!

E o bonacheirão abade, indicou um exemplo que mostra bem o guia moral que o MST já começa a ser.
- Olhe, poderia desfiar agora um rosário de atitudes e exemplos para ilustrar o caminho que ilumina agora o nosso Michael, mas fico-me só pelo caso daqueles mariolas que são Dominique Lapierre e Larry Collins. Copiaram, traduzindo, largas tiradas desse best-seller que é "Trópico de Capricórnio" no seu (deles) "Freedom at Midnight". Para os mais cépticos ou para seguidores de São Tiago, o da longa metragem "Ver para Crer", diz que até há um blogue em que a cousa é citada.

Da cozinha da abadia, onde vai um cheirinho a refogado que nem vos conto, a benção do
Padre Américo

sábado, 21 de outubro de 2006

José Cid - A Pouco e Pouco (Favas com Chouriço)

Que querem?
Um abraço do sempre vosso

Tawny de Mattos

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Iberismo bera...


Já irrita esta nova vaga de Iberismo. Deslocada no tempo, e indo buscar raízes á intelectualidade da geração de 70, misturando o pobre do Unamuno com velhos ideais republicanos e de tudo isto pouco percebendo, esta nova vaga funda (que não de fundo, entenda-se) emana de rançosos cérebros esgotados e inactivos.
Os tristes políticos de Portugal são, entre outros atributos, preguiçosos, intelectualmente desonestos, petulantes, enfadonhos, mentirosos, arrogantes, promíscuos e que cada um adjective como lhe aprouver esta malta de 2ªcategoria que malfadadamente foi tomando conta da Pátria. Não conseguem que o País trabalhe, evolua e recupere alguma auto-estima e a responsabilidade nunca há-de ser deles, luminárias e génios que são, mas sim de um povo que entorpecido e hipnotizado com as tangas, as promessas, os dinheiros da Europa ou o crédito facilitado.
Portanto, e á falta de melhor idéia, quer este gangue de malfeitores que Portugal seja província de Espanha! Nem mais nem menos. Como têem pouco entendimento (não sejamos tão rigorosos pois que alguma noção sobre qualquer coisa hão-de ter, nem que seja pelo faro, instinto canino, que lhes vai mostrando o fundo do baú da UE...) nem lhes passa pelos cornos que Portugal não é deles e que ao acocorarem-se televisivamente perante os Aznares ou quando visitam oficialmente "nuestros hermanos", dão a idéia que a grande Espanha pode tomar conta "disto" com todo o á-vontade. O "disto" não é só o pequeno rectângulo continental e as suas regiões autónomas, Açores e Madeira. É também toda a relação centenária e profunda com os países lusófonos onde cada vez mais valemos menos. A espanholada, que não está distraída com o que daí pode advir, vai aguçando a dentuça para o suposto festim...

A maior caricatura de toda esta javardice, é que os bandalhos se esquecem que se Portugal fosse Espanha, eles, que tão orgulhosamente se proclamam republicanos (uns laicos, outros socialistas, outros só cretinos...) passariam a prestar vassalagem ao Rei, a um rei qualquer mas sempre espanhol...
Seja como fôr, a esses labregos recordo singelamente umas datas: 1383-85 e 1640. Com todos os Simplexes e avanços tecno-cibernéticos de que tanto gosta o Sr. Pinto de Sousa e sus muchachos, fica a tarefa facilitada: vão á... Net e pode ser que saibam de que se trata.

A bem da Nação
O Preto da Casa Africana

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Regime stalinista


Em comunicado oficial, o Comité Central do Partido Stalinista Português anunciou que uma destacada militante vai ser obrigada a dieta rigorosa num Gulag de Pirescoxe. Ao que consta, o regime imposto tem a ver com esta nova Lei da Paridade: Odete não pode ocupar dois lugares enquanto o Marques Mendes só paga meio bilhete.
A Odete (nome clandestino) queixou-se por meias palavras que lhe vão fazer falta os torresmos e os couratos mas que pelo "Partidão" tudo vale a pena e nem que seja pela memória do bondoso Jozef Stalin e desse outro farol da democracia, ainda que um bocadinho desconfiado, que foi Beria, ela faria qualquer sacrifício...

Um espectáculo esta Odete
Tawny de Mattos

domingo, 8 de outubro de 2006

Sic transit, gloria Carnaxide


Para comemorar os seus 14 anos de tele-lixarada, a SIC resolveu fazer uma manifestação como se não via desde o 1º de Maio de 74. Vai daí, para entreter o pagode, mandou o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa fechar a Av. da Liberdade e lá se fez a pirosa passeata.

Ele era a Fátima Lopes, que já não é a boazona que o Rangel fez estrela de TV, ele eram trastes como a Ferro Rodrigues e a sua cara de sopeira, a trinca-espinhas espenifrada Ana Marques ou o mastodonte brasileiro Heloísa Miranda, entre muitas vedetas do pequeno ecrã. Isto enquanto Tatiana Castelo Branco (Romanova de solteira) ia deitada, meneando-se indecorosamente para tão educada senhora, em cima de uma jaula com um leão lá dentro. O pobre animal ia abrindo a terrível bocarra não para comer essa merda de rabicholeta que para aí anda como o público chegou a temer, mas de tédio...
Agora uma dúvida:
Quanto pagou o Balsemão á CML para fechar a Avenida? E ao menos o dinheirinho servirá para mandar lavar as ruas da suja capital? Ou, pelo menos, dar uma varridela nos passeios? E quem paga o transtorno ( e a gasolina) do cidadão que perde tempo em engarrafamentos e em voltas desnecessárias porque a CML dá luz verde a macacadas deste género?
Talvez o espertalhão Sá Fernandes elucide o cidadão em mais uma das suas intervenções recreativas...

Ex toto corde
O Preto da Casa Africana

sábado, 7 de outubro de 2006

Sem-Abrigo Resort & Spa

Deolindo Pestana, magnata da industria turística, acabou de realizar o grande sonho da sua vida empresarial: abrir um elegantérrimo resort/spa (6 ou 7 estrelas) na bonita Cidade do Cabo (África do Sul).

A cerimónia de inauguração contou com personalidades do jet-set internacional e socialaites locais, entre os quais o falecido Prof. Barnard, Winnie Grandella, alguns pinguins do Cabo, trajados a rigor com as suas lustrosas casacas, a grega embaixatriz de Portugal e até Cilha Jardain, sócia-gerente da multi-nacional de lingerie e acessórios para mulheres á solta, a "Vai por mim que não t'engano".
Deolindo fez uma breve apresentação do novel projecto, referindo que o nome "Sem Abrigo - Resort & Spa" é uma justa homenagem aos habitantes do Soweto, bairro dos arredores da segura Joanesburgo, arrancando sabujos aplausos aos cravas do croquete.

Por coincidência - segundo o bilioso Rui Santos (SIC), terá sido inside trading! - o Campeonato Mundial de Bola de Trapos iria realizar-se uns dias depois na acolhedora localidade sul-africana.
Na sequência da publicidade do cartão "Loja dos 300" que um emigrante (Joey Bernardo) fez na TV ao estabelecimento, o seleccionador da equipa nacional da modalidade, "Os Magricelas", formada por atletas que vivem literalmente nas ruas de Lisboa, resolveu que o time ficaria instalado no "Sem Abrigo". Bem o pensou, melhor o fez e lá abancou a distinta representação da gasta Pátria com as respectivas malas de cartão.
Tudo corria pelo melhor até que os ilustres hóspedes, contrariados, alegaram falta de condições do hotel, nomeadamente higiénicas(!), e exigiram transferência imediata para qualquer viela suja e mal-cheirosa onde pudessem dormir ao relento e sem mais incómodos.

Pestana, em comentário feliz, afirmou a propósito do infausto desfecho:
"Foda-se que isto é pior que dobrar o Cabo das Tormentas!!!"

Não havendo rapazes maus e sim exigentes, daqui vai uma bacalhauzada p'a toda a malta
Padre Américo